domingo, 19 de abril de 2009

Lenda da discórdia entre Oxum e Obá

Obá





Dizem que havia uma divindade que se chamava Xangô, muito mulherengo, possuía duas esposas uma era Oxum e a outra era Obá. Essas viviam disputando as atenções de seu esposo, mas a mais favorecida pelo marido era Oxum.
Oxum

Certa vez, Obá não aguentando mais de ciúme procura a outra esposa de seu marido para lhe confessar sua insatisfação e pedir que a outra lhe contasse como ela fazia para ser a esposa mais favorecida porque enfim, ela também era esposa de Xangô e precisava das atenções do esposo. Oxum era além de linda, muito ardilosa e resolveu contar uma mentira aproveitando-se da ingenuidade da outra, disse-lhe: " Sempre que meu esposo vêm ao meu leito sirvo-lhe uma sopa que preparo com minhas orelhas." Obá incrédula primeiramente resistiu a esse comentário, mas Oxum insistiu e ainda contou que naquela noite mesmo Xangô passaria por seu leito e ela lhe serviria a sopa e assim convidou Obá para acompanhar o preparo.



Diante do convite Obá não resistiu e foi mais tarde ao leito de Oxum para acompanhar o preparo do prato que segundo Oxum era altamente afrodisíaco e o favorito do marido, ao chegar lá obá viu que Oxum trazia no lugar das orelhas um lenço dourado (Oxum é a deusa do ouro) e perguntou a Oxum se ela já havia cortado as orelhas. Oxum confirmou e acrescentou que Obá não se preocupasse porque as orelhas voltavam a crescer, e assim ela preparou a sopa colocando no lugar das orelhas deliciosos cogumelos picados.



Obá como eu já havia comentado era muito ingênua, e acreditou que a sopa era realmente feita com as orelhas ela continuou espiando pela janela do leito de Oxum a chegada do esposo e o viu provando da sopa e lambendo os beiços, após ela também viu que ele tomou Oxum em seus braços e a carregou para a cama, satisfeita ela foi para seus aposentos.



No outro dia era a noite de Obá e ela resolveu preparar o mesmo prato para o esposo, pegou uma faca e cortou suas orelhas para preparar a sopa, cobriu os buracos com um lenço branco que logo ficou coberto de sangue ( simbolizando a cor vermelha, rubi intenso, possivelmente de Obá) e ao chegar no leito Xangô não gostou nada de ver a deformidade da mulher e ficou irado, ao que Oxum de pronto, invade os aposentos de Obá e retira o lenço dourado revelando suas orelhas intáctas, Obá tomou-se de ódio e precipitou-se para cima de Oxum, as duas esposas começaram-se a se atacar em uma briga mortal que encheu o coração de Xangô de fúria incontrolável e o deus se fez em raios e trovões correndo com as duas esposas e terminando com a briga, as duas apavoradas sairam correndo para escapar a fúria do marido e transformaram-se nos rios Oxum e Obá. Dizem que esta briga permaneçe até hoje viva nos terreiros do Candomblé e da Umbanda e que quando as duas entidades chegam no terreiro uma deve ir embora imediatamente porque a ira entre ambas é tão grande que não se duvida a possibilidade de travarem outra batalha até que uma das esposas morra. Outra curiosidade é que Oxum aparece em varias formas porque são muitas, Mas Obá nunca será confundida porque quando ela chega ela vem com as mãos sobre as orelhas mostrando a sua fúria, contra a injustiça cometida pela outra esposa e seu desejo de vingança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário